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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Thalassitis White Dry Wine Santorini 2015; Domaine des Genèves Chablis, 2014; Cinco Tierras Gran Reserva 2010; Bressia Profundo 2009

  Em nosso encontro de setembro nos encontramos no restaurante Luzitano para degustar alguns interessantes rótulos, 2 brancos e 2 tintos, os quais descrevo abaixo:



Thalassitis White Dry Wine Santorini, Grécia, 2015

  Foi uma grata surpresa este vinho grego, que por não serem tão comuns de se encontrar no nosso mercado local, não estamos muito habituados a eles, mas a impressão deste vinho branco produzido 100% com a emblemática uva Assyrtiko, foi das melhores.

  A uva Assyrtiko é nativa da Ilha vulcânica de Santorini, aquela das casas brancas e paisagens deslumbrantes contrastantes com o azul do Mar Mediterrâneo, e possui longa história na região, sendo considerada a cepa mais representativa da Grécia. Tem por característica sua versatilidade, acidez e mineralidade. Os vinhedos na ilha são normalmente muito antigos, neste exemplar são de 80 anos, e tem uma produção pequena em cada parreira, o que costuma conferir ao vinho mais complexidade.

  Esta garrafa foi produzida pela Gaia Wines na Ilha de Santorini, vinícola fundada em 1994 pelos agrônomos atenienses Yiannis Paraskevopoulos e Leon Karatsalos, que com muito estudo e dedicação têm obtido muitos bons resultados em reintroduzir o vinho grego de qualidade no mundo.

  Os aromas do vinho trazem o frescor do limão siciliano, doce de laranja e algo floral, é suave, mineral e agrada muito. Na boca é macio, untuoso, salino, mineral, persistente, equilibrado, tem acidez sutil. Um vinho diferente e instigante, que traz complexidade e foge do habitual. Harmoniza perfeitamente com frutos do mar em geral. Acompanhei com  polvo ao vinagrete e foi excelente. Ótima surpresa que espero voltar a provar.

  Avaliação: CL 91


Domaine des Genèves Chablis, 2014 Borgonha, França

  Vinho produzido na região de Chablis, norte da Borgonha Francesa, próximo à região de Champagne. É senso comum que aí se produzem os melhores Chardonays do mundo, com forte característica seca, ácida e mineral metalizada, e isto não é pouco, tendo em vista que esta é a uva branca mais cultivada no mundo. Mas como sempre, comprar um Chablis não é sinônimo de consumir todo esplendor da bebida, pois existe toda a classe de produtores e resultados, também neste lugar icônico.

  O produtor Dominique Aufrère possui 20 hectares de plantio na região, que está a cargo da sua família há cinco gerações.

  Eu esperava muito deste exemplar, pois havia provado informalmente outra safra há alguns anos e me pareceu um vinho muito promissor. No nariz demonstrou aromas suaves cítricos, predominando limão e ervas frescas. Na boca tem forte presença, leve amargor, acidez viva, boa persistência e bom equilíbrio. No entanto quando se prova um Chablis se espera um algo mais que eu não vi aqui. É um bom vinho, agradável e não compromete, mas também não trouxe aquela mineralidade e complexidade esperada. Achei um bom Chardonay comum, daqueles que por um preço menor no Brasil se encontra por aí com muita facilidade.
  


  Avaliação: CL 88


Cinco Tierras Gran Reserva 2010, Mendoza, Lujan de Cuyo, Argentina

  Produzido pela Vinícola Cinco Tierras, que foi fundada no ano 2000 por Ruben Banfi e sua mulher Marie Geneviuve com o objetivo de colocar no mercado vinhos exclusivos de alta gama.

  Este vinho foi produzido com a uva Cabernet Franc, a qual tem me empolgado cada vez mais com vários exemplares argentinos surpreendentes, que vem sendo elaborados com esta típica uva de Bordeaux.

  Estagiou por 18 meses em barris de carvalho francês e americano.

  Quando abrimos a garrafa, os aromas pareciam meio estranhos, algo como xarope para tosse, mas com o passar do tempo abriu um leque de nuances aromáticas muito interessante, como figo seco, couro, tabaco, carne seca, ervas secas e frutas negras. É necessário decantar por pelo menos uma hora para apreciar toda a sua complexidade. Na boca é intenso e impactante. É um vinho concentrado, forte, encorpado, lembra vinho antigo, do tempo das ânforas, mas com muita qualidade e força. Taninos fortes, mas muito bem domados. Um grande vinho que empolga. Recomendadíssimo.

  Avaliação: CL 93


Bressia Profundo 2009, Mendoza, Lujan de Cuyo, Argentina

  É uma pequena vinícola familiar que se especializou em produzir vinhos de alta qualidade, fundada  por Walter Bressia, que após anos de trabalho como enólogo de vários produtores argentinos, em 2003 investiu na sua marca própria. Ele adquire uvas de produtores selecionados e a partir daí, elabora seus vinhos autorais e conceituais.

  Este belo vinho foi produzido a partir das uvas Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot e Shiraz na região de Lujan de Cuyo , em Mendoza. Estagiou por 10 meses em barris de carvalho francês e americano, de primeiro e segundo usos, e 12 meses em garrafa. É um dos principais e mais conhecidos vinhos deste produtor.

  Nos aromas se destacam as frutas negras como amoras e mirtilos doces e violetas. Aromas sutis e macios muito agradáveis.Na boca é um pouco adocicado, forte, encorpado, intenso, bem harmonioso,  taninos muito bem domados, persistente e equilibrado. Notas de café,  ervas e cravo da índia presente no final de boca. Um vinho com forte presença e de excelente qualidade.

  Minha avaliação:

  AR 91

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Menage a Trois Silk, 2014; Embocadero, 2012; Alceño 50 Barricas Premium, 2012; Pangea 2010

  Nosso encontro mensal da Confraria do Leo  ocorreu em 13/03/2017 para degustarmos alguns rótulos e curtirmos os bons momentos que amigos e vinhos podem gerar. Segue a degustação:



Menage a Trois Silk, 2014, Califórnia, EUA

  Este vinho californiano é produzido pela Foliex à Deux, localizada no famoso Vale do Napa, na Califórnia. 

  Este rótulo brinca com o próprio nome (faz lembrar algumas cachaças brasileiras com nomes de duplo sentido), pois foi produzido com 3 variedades de uvas, sendo 70% pinot noir, 20% malbec e 10% petit shiraz.

  É uma linha de vinhos mais voltados para o dia a dia e que faz bem o gosto dos vinhos mais simples norte-americanos.

  Os aromas são agradáveis e doces, que lembram geléia de morango e caramelo. Na boca percebe-se que os taninos são muito discretos, possui pouca sensação alcoólica, média acidez, muito frutado e é um pouco aguado, mas o que realmente predomina, é que ele é adocicado. Lembra um vinho rosé mais adocicadinho. Agrada fácil, principalmente aos iniciantes, mas também enjoa fácil. Um vinho que pode ser harmonizado com sobremesas à base de chocolate e frutas vermelhas. O preço no Brasil não é nada convidativo e o custo-benefício não é favorável.

  Avaliação:
  
  CL 85


Embocadero, 2012, Ribera del Duero, Espanha

  Produzido pela Vinícola San Pedro Regalado, que foi fundada em 1958 em forma de cooperativa no vilarejo de La Aguilera, ao Norte de Madri e ao Sul de Burgos, na renomada região de Ribera del Duero, onde se produzem os grandes vinhos Tempranillos espanhóis.

  Este rótulo foi produzido com a uva Tempranillo e estagiou por 12 meses em barris de carvalho americano e francês.

  O rótulo é bem bonito e aumentou a expectativa... No nariz destacam-se aromas agradáveis e com pouca intensidade de morango e ameixas maduras, violeta e cravo. Na boca mostra taninos macios, leve amargor, média persistência, médio corpo, acidez em destaque, leve amadeirado, porém um pouco aguado. Um vinho que agrada, mas não empolga. Esperava um pouco mais.

  Avaliação:

  CL 86


Alceño 50 Barricas Premium, 2012, Jumilla, Espanha

  Produzido na D.O. (Denominação de Origem) Jumilla, localizada próxima à Murcia, no Sudeste da Espanha, pela Vinícola Alceño, que foi fundada em 1870, sendo a pioneira na região. Hoje é controlada pela família Bastida, que possui uma planta moderna e busca atender a atual demanda por vinhos de qualidade.

 Este rótulo foi produzido com 90% de uvas Shiraz e 10% de Monastrel. Estagiou em tonéis de carvalho francês e americano novos por 6 meses.

 Um vinho que demonstra aromas a frutas negras maduras, como mirtilos e amoras, violetas e baunilha, muito agradáveis, mas sem grande intensidade. Na boca agrada muito, é equilibrado, intenso, saboroso, possui taninos macios, boa persistência, levemente picante, frutado. Um vinho com bastante personalidade que não passa desapercebido e satisfaz bastante. Ótima pedida e com preço acessível (apesar da sempre irritante diferença com os preços praticados no exterior). Penso que a harmonização com carneiro seria uma boa pedida.

  Avaliação:

  CL 90



Pangea 2010, Vale do Colchagua, Chile

 A vinícola Ventisquero, que produz este rótulo, foi criada em 1998, e alcançou a certificação em 2012, como vinícola 100% sustentável e está sob o comando do enólogo Felipe Tosso, produz vinhos de qualidade e têm tido bastante entrada no mercado brasileiro. Desde os vinhos mais simples aos mais elaborados ela costuma agradar e este rótulo, um de seus ícones, não foi diferente. 

  Produzido a partir da produção dos vinhedos do Apalta, no Vale do Colchagua, em parceria entre Felipe Tosso e o australiano John Duval, com 100% Shiraz, estagiou 22meses em carvalho francês, sendo 50% novos e 50% de primeiro uso, para depois descansar por 18 meses em garrafa, antes da comercialização. Não passou por clarificação nem filtragem.

  Este vinho empolga. No nariz os aromas são muito particulares, que remetem a frutas negras, frutas fermentadas, palmito e grafite e ao longo do tempo em taça, evolui para notas florais, como flores de alfazema. Na boca é muito intenso, os taninos são precisos e estão bem domados, bem como a acidez, que é muito bem colocada, traz muito equilíbrio, muito sabor, é encorpado, enche a boca, é um vinho instigante e impactante. Grande vinho, que diz a que veio.

  Avaliação:

  CL 93

sábado, 11 de março de 2017

Bila-Haut Occultum Lapidem, 2010; Wild Duck Creek Springflat Shiraz, 2000; Chateneuf du Pape La Vue Du Chai, Xavier, 2009;J J Hahn 1914 Block, Shiraz, 1998; Cornas M. Chapoutier 1999; Chryseia, 2007

  Fizemos nosso encontro da Confraria do Leo no dia 23/01/2017 no Restaurante Caruaru, quando degustamos vinhos de altíssima qualidade. Três deles contemplados com mais de 95 pontos e foi uma noite memorável. Como segue:


Domaine de Bila-Haut Occultum Lapidem, 2010, Languedoc Roussillon, França

 Executado por Michel  Chapoutier, um cultuado enólogo e produtor francês, que produz este rótulo na região do Languedoc Roussillon, no Sul da França. Produzido com Shiraz, Grenache e Carignan, este vinho estagia metade do seu volume em tanques de inox e a outra metade em carvalho francês.

 Aromas muito agradáveis, macios, suaves, com destaque para frutas negras, como mirtilos e cerejas, e notas florais de alfazemas. Na boca é frutado, potente, fresco, estimula a salivação e pede mais um gole, muita persistência, taninos bem presentes e macios, excelente acidez e muito equilíbrio.

 Um vinho de caráter meditativo, noturno, que me fez imaginar uma noite em um ótimo clube de jazz, embalado por boa companhia e música suave, quem sabe de Miles Davis ou John Coltrane...

  Excepcional! 

  Avaliação:

  CL 96



Wild Duck Creek Springflat Shiraz, 2000, Heathcote, Vitoria, Austrália

  A empresa familiar Wild Duck Creek nasceu em 1974, quando David Anderson (conhecido como Duck) e  sua esposa Diana plantaram as primeiras videiras na região de Heathcote, no Estado de Vitoria, no Sul da Austrália, localizada a cerca de uma hora de Melbourne. Hoje, Duck e seu filho Liam dirigem a vinícola e têm como lema, dedicar-se a produzir grandes vinhos, equilibrados, com personalidade e muito sabor, para enriquecer e agradar aos sentidos. 

  O vinho foi produzido 100% com a uva símbolo da Austrália, a Shiraz, e estagiou 45% do volume em barris de carvalho francês e americanos novos.

  O aroma é bem intenso de frutas vermelhas sortidas, balsâmico e ameixas secas. Na boca também é intenso, alcoólico, encorpado, persistente, tem forte acidez, possui taninos muito bem domados, levemente adocicado, realmente é um vinho que não passa desapercebido. Como este exemplar já tem 17 anos, pode ter perdido um pouco do esplendor, mas ainda é um ótimo vinho e segurou bem o peso dos anos. Uma boa harmonização poderia ser conseguida com carnes um pouco mais gordurosas grelhadas, como fraldinha e contra-filé.

  Muito bom vinho.

  Avaliação:

  CL 91


Chateneuf du Pape La Vue Du Chai, Xavier, 2009, Vale do Rhône, França

  Produzido pela empresa Xavier Vins, cujo proprietário é Xavier Vignon, um reconhecido enólogo e consultor, que já percorreu muitas vinícolas mundo afora. Desde 2002 se dedica à compra da produção de vinhos de qualidade de pequenos produtores (têm mais de 20 que fornecem a ele), muitos dos quais ele mesmo prestava consultoria, e a partir daí ele elabora o blend, conforme o seu critério e experiência, para vender seus próprios rótulos, buscando destacar as características da DO (Denominação de Origem) de onde ele adquire o vinho. Com este sistema ele vende seus rótulos das regiões de Chateneauf du Pape, de Gigondas, de Vaqueyras, de Côtes du Rhone e outros.

  Aqui degustamos o Chateneauf du Pape La vue du Chai Xavier, que traz 55% de grenache, 35% de mouvedre e de 15% de shiraz, que foi produzido nesta famosa e icônica região do Sul da França,  às margens do Rio Rhône, próxima à Avignon. Estagia o vinho por 2 anos em carvalho francês de segundo uso.

  O aroma é de média intensidade, muito agradável e macio, destacando frutas negras e vermelhas muito maduras, como cerejas, cassis, groselha, morango em compota e chocolate amargo. Ao longo do tempo o aroma decai um pouco, mas não compromete. Na boca é aveludado, suave, taninos muito macios, é equilibrado, traz muita persistência, um leve amargor bem agradável e madeira suave.

  Um grande Chateneauf du Pape, com muita qualidade e sabor.

  Avaliação:

  CL 93



J J Hahn 1914 Block, Shiraz, 1998, Vale Barossa, Austrália


  A J J Hahn foi fundada em 1997 pelos descendentes da família Hahn, James e Jacqui, que já possuiam uma história familiar com a produção de vinhos e o enólogo Rolf Binder, que desde 2010 é o principal administrador. Localizada no Vale Barossa, no Estado da Austrália do Sul, próximo à cidade de Adelaide. A filosofia da empresa é apenas produzir este rótulo nas safras consideradas excepcionais, para que mantenham a excelência do produto e garantam o valor almejado.

  Este vinho 100% shiraz, estagiou em carvalho americano, sendo 1/3 novos.

 Um vinho de quase 20 anos, que envelheceu muito bem e que empolga em cada aspecto. No nariz mostra uma notável complexidade, destacando aromas como couro, baunilha, amarula, physalis, café e terra molhada. Na boca destaca a acidez, mas é macio, está domado. Curiosamente surgiram algumas notas de frutas amarelas como carambola e damasco, como a de algum ótimo vinho branco. Um vinho que realmente surpreende. Apresentou uma forte evolução ao longo da degustação. A acidez é tão intensa e saborosa que dá frescor, complexidade, intensidade e persistência. O final da garrafa é para lamentar.

  Avaliação:

  CL 96



Cornas M. Chapoutier 1999, Cornas, Vale do Rhône, França

  Provamos outro rótulo de Michel  Chapoutier, este produzido  na região de Cornas, a qual nomeia o rótulo.

  A região de Cornas é um pequeno povoado, localizado às margens do Vale do Rhône, ao Sul de Lyon e tem como tradição o cultivo de uvas Shiraz.

  Produzido com Shiraz estagiou 80% do volume por 14 meses em carvalho francês, o restante em tanques de concreto.

  Aqui provamos um vinho em que seguramente pesou a idade. Afinal é um vinho de 18 anos, mas isto não foi bom para ele. No nariz se destacam frutas negras maduras e adocicadas como mirtilo e cereja, também notas de balsâmico. São aromas macios e agradáveis, porém decaem vertiginosamente ao longo da degustação, até quase desaparecerem. Na boca tem um sabor que não desagrada, porém falta corpo, faltam também intensidade e persistência, é muito aguado. Decepcionou, principalmente pelo "pedigree" de vir de um grande produtor e ter um preço elevado. Quem sabe safras bem mais novas possam estar mais interessantes.

  Avaliação:

  CL 86



Chryseia, 2007, Douro, Portugal

  Este é um verdadeiro ícone moderno da vinicultura portuguesa, onde podemos encontrá-lo presente em praticamente todas as listas dos grandes vinhos deste país.

  Produzido pela vinícola P+S (Prats & Symington). A família Symington trabalha no Porto desde 1882,  produzindo seus famosos vinhos fortificados, vindo a assumir o controle da Warre's em 1914. Hoje seus descendentes dirigem a própria Warre's, a Down's e a Graham's produzindo grandes vinhos do Porto, já Charles Symington é um dos responsáveis pela P+S no Douro. O outro responsável é Bruno Prats, que por mais de 30 anos esteve à frente da Chateau Cos d'Esturnel em Bordeaux e por vários anos esteve dirigindo a Viña Aquitania no Chile.

  Os dois experientes enólogos se reuniram em 1998, com o intuito de produzir vinhos de alta gama na região do Douro e somando as longas vivências na produção de vinhos do Porto, aliadas às técnicas sofisticadas de produção de Bordeaux, fundaram a P+S e frutificaram este belíssimo vinho.

  Produzido com 50% Touriga Nacional e 50% Touriga Franca. Estagiou por 12 meses em tonéis de carvalho francês novos.

  Aroma a pimentão vermelho, balsâmico, floral, canela, baunilha e frutas vermelhas cozidas. Na boca a fruta explode. É equilibrado, macio, intenso, potente, envolvente e persistente. O final de boca traz notas de jaboticaba. Um vinho excepcional que te cativa e encanta.

  Avaliação:

  CL 95

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Degustação da linha Eggo da Vinícola Zorzal

  Em 21 de Novembro de 2016 fizemos nossa degustação habitual de vinhos, desta vez experimentando toda a linha Eggo, da vinícola argentina Zorzal.

 A Vinícola Zorzal está localizada em Gualtallary, no Vale do Uco, região de Mendoza,  Argentina, há 1.350 metros de altitude (que é a maior altitude de produção da região vinícola de Mendoza) e desde 2008 produz vinhos de alta gama sob os cuidados dos prestigiados irmãos Michelini que invariavelmente fazem  uso das técnicas mais modernas de produção para buscar a excelência em seus vinho.

  A linha Eggo da vinícola traz o método inovador de realizar a fermentação do vinho através dos "ovos de cimento", os quais são muito bem detalhados na reportagem da Revista Adega. Este técnica dispensa o uso do estágio em carvalho, destacando mais as qualidades da uva e do terroix, além de acentuar as notas frutadas e inserir certa mineralidade ao vinho. A técnica foi criada na França por Michel Chapoutier em 2001 e hoje é utilizada por várias vinícolas ao redor do mundo.

  Segue a degustação:


Zorzal Eggo Blanc de Cal 2014, Mendoza, Argentina

 Este vinho foi produzido com 100% sauvignon blanc, oriunda dos vinhedos de Gualtallary e Tupungato. A vinificação foi toda realizada no ovo de cimento, por onde permaneceu por 5 meses, sendo posteriormente enviado diretamente para o engarrafamento, sem filtragem ou estabilização.

 No nariz os aromas são muito interessantes, destacando lima da pérsia, limão siciliano e alguma mineralidade. No paladar há muito bom equilíbrio, onde a acidez não é muito proeminente, o álcool está na medida correta e passa na garganta com muita suavidade, apresentando muito boa persistência. Possui um leve amargor, mineralidade evidente, untuoso e meio salgadinho. Ótima experiência

  Agradou muito e demonstrou ser um sauvignon blanc bem diferente dos habituais, com muito mais volume, surpreendendo positivamente. Seria bem interessante para harmonizar com frutos do mar, especialmente mariscos. Vale muito conhecer este belo vinho.

  Avaliação:

  CL 90



Zorzal Eggo Filoso Pinot 2014, Mendoza, Argentina

Este rótulo foi produzido com 100% pinot noir proveniente de Gualtallary e foi vinificado com os cachos inteiros dentro do "ovo de cimento", para que se produza a fermentação alcoólica dentro do grão, a chamada maceração carbônica, sendo posteriormente retirados, para se realizar a prensa dos cachos, de onde se extrai o caldo, que retorna ao "ovo" para estagiar por mais 6 meses, sendo então enviado diretamente  para o engarrafamento.

  No nariz está seu ponto forte, onde os aromas são excelentes e macios, bem típicos do pinot noir, destacando champignons cozidos, frutas vermelhas como morango e framboesa. O aroma quando evolui traz suaves notas de canela. Na boca é bastante alcoólico e destaca seu amargor, não é desequilibrado, porém falta sabor e sutileza, parecendo excessivamente rústico. Possui boa intensidade, mas falta a elegância e a complexidade que se espera de um bom pinot noir. Um vinho que a meu ver não atendeu à forte expectativa e altas avaliações.

  Avaliação:

  CL 88



Zorzal Eggo Franco 2015, Mendoza, Argentina

  Este vinho foi produzido com 100% cabernet franc proveniente dos vinhedos de solo calcáreo de Gualtallary e foi vinificado com o mesmo método do pinot noir anterior nos "ovos de cimento".

  Possui aromas muito macios, prazerosos e adocicados de amoras, mirtilos e açúcar queimado. Na boca é intenso, marcante, equilibrado, persistente, aveludado com taninos bem macios e tem muito bom corpo. Mostra um suave amargor, é bem frutado e traz notas discretas de sabores minerais e azeitonas negras. Um vinho que agrada muito e com uma pegada muito firme. Outro cabernet franc argentino de ótimo nível..

  Avaliação:

  CL 91



Zorzal Eggo Tinto de Tiza 2012, Mendoza, Argentina

  Este rótulo foi produzido com 92% malbec, 5% cabernet franc e 3% cabernet sauvignon de vinhedos do solo calcáreo de Gualtallary e foram vinificados em "ovos de cimento", onde permaneceram por 18 meses, sendo destes, 8 meses em contato com as cascas, para posterior engarrafamento direto.

  Seus aromas são muito atraentes e aveludados, destacando frutas negras como mirtilos e amoras, além de violetas. No paladar é muito equilibrado, com taninos muito macios e acidez precisa. Vinho intenso, persistente, sedoso, untuoso, suculento, azeitonado e que destaca um certo aspecto mineral, talvez giz. Um grande vinho, realizado com muita competência.

  Avaliação:

  CL 93

sábado, 12 de novembro de 2016

Degustação do Tessellae Carignan Vieilles Vignes, 2013 e do Domaine Drouhin Pinot Noir, 2012

  No dia 11/10/2016 fizemos o encontro da nossa Confraria no Restaurante Caruaru e realizamos a degustação de 2 rótulos, um Carignan francês do Languedoc Roussillon e um excelente Pinot Noir da região de Oregon , nos EUA, segue a avaliação:


Tessellae Carignan Vieilles Vignes, 2013, Côtes Catalanes, Languedoc-Roussillon, França

  Este vinho foi produzido na região sul do Roussillon, próximo aos Pirineus, na chamada Catalunha Francesa, que embora não compartilhe os mesmos ideais separatistas da parcela inserida na Espanha, guarda um histórico em comum e ainda há uma pequena parcela da população (estimada em 6%) que mantém a língua catalã.

  Produzido pela Domaine Lafage, uma empresa datada de 1996, que foi criada pelo renomado enólogo francês Jean-Marc Lafage e sua esposa Eliane Lafage. Os seus vinhedos e sua produção estão localizados entre a cadeia de montanhas dos Pirineus e o Mar Mediterrâneo, próximos à fronteira espanhola. 

  A proposta da vinícola é produzir vinhos que valorizem a tradição, sem abrir mão da tecnologia, produzindo com qualidade, por um preço mais acessível, o que é um pouco da realidade da região do Languedoc-Roussillon, onde produzem vinhos com um custo-benefício muito melhor que nas regiões de maior prestígio da França, como a Borgonha e Bordeaux, onde os preços dos bons vinhos são, em grande parte, impraticáveis.

  A uva utilizada foi a Carignan com vinhas de mais de 70 anos de idade e apenas 10% da produção estagiou em carvalho.

  Aromas de frutas vermelhas adocicadas, sutis e de baixa intensidade. Na boca tem um bom equilíbrio e uma acidez proeminente, mas sem excessos. Taninos discretos e leve amargor de madeira. Possui um retrogosto bem interessante, bastante frutado e com notas de azeitonas verdes. Pouco corpo e bom sabor. Um vinho bom, mas sem maiores destaques.

  Avaliação:

  CL 89


Domaine Drouhin Pinot Noir, 2012, Oregon, EUA

  A Família Drouhin tem suas raízes na Borgonha francesa, onde produzem Pinot Noir e  Chardonay desde 1880, quando foi fundada a Maison Joseph Drouhin. O neto do fundador, Robert Drohin assumiu o negócio em 1957. Em 1961 visitou a região do Oregon nos EUA e reconheceu ali as condições de solo e clima que julgava ideais para produzir as uvas clássicas da Borgonha em território americano. Em 1986 sua filha, já formada enóloga, inicia a aproximação com a comunidade existente dos produtores de vinho do Oregon e em 1987, seu pai Robert adquire terras em Dundee Hill (região com apelação geográfica produtora de vinhos próxima a Portland) na sub-região Willamette Valley, quando se inicia o plantio das videiras e dá início à história da Domaine Drohin neste país, que ficou a cargo de Veronique, como enóloga responsável e seu irmão Phillipe, como viticultor.

  Este vinho estagiou em carvalho francês, sendo 20% novos por 8 a 10 meses e esta safra de 2012 foi considerada excelente pelo próprio produtor.

  O vinho é especial, complexo e sutil. No nariz destacam-se os aromas de framboesa, champignons cozidos, ervas aromáticas e flores, como violetas e alfazema. Após algum tempo notam-se traços de chocolate. Na boca é extremamente equilibrado, macio, aveludado, marcante, persistente e elegante. Seus taninos são precisos, é levemente picante e possui um suave amargor de madeira. Uma verdadeira carícia aos sentidos e que mantém a ótima qualidade em todos os aspectos a se avaliar, um belíssimo trabalho da enóloga. É daqueles vinhos em que se lamenta ter apenas uma garrafa para degustar. Grande vinho.

  Avaliação:

  CL 93

domingo, 18 de setembro de 2016

Courela 2012; Doña Dominga Reserva Carmenere, 2014; Ramirana Gran Reserva Cabernet Sauvignon, 2011; Benmarco Malbec 2013

  Na degustação do mes de nossa Confraria do Leo, realizada no dia 14/09/2016 no restaurante Caruaru, elegemos quatro muito bons vinhos tintos que agradaram bastante e seguem nossas impressões:


Courela 2012, Alentejo, Portugal

 A região do Alentejo tem muita história e ali o dinamarquês Hans Jorgensen e sua esposa californiana Carrie Jorgensen criaram e administram este empreendimento familiar. A Cortes de Cima rompeu com o padrão imposto pela região, o DOC Alentejo, por acreditar que com a liberdade de cultivar as uvas que lhe convier, pode conseguir excelentes resultados, aproveitando as vantagens do terroix local. Por isso utilizam em seus vinhos a denominação Vinho Regional Alentejano.

  A filosofia é de produzir vinhos de excelência, com muita intensidade e corpo. Seguem o interessante lema: " A vida é muito curta para fazer mau vinho".

  O Courela é o vinho tinto de entrada (o mais simples) da vinícola, que produz excelentes rótulos. É um vinho jovem, que não estagiou em carvalho, produzido com 48% aragonês, 46% shiraz e 6% touriga nacional.

  Degustado em 14/09/2016.

  Os aromas deste vinho são bastante intensos e agradáveis, destacando as frutas vermelhas doces como cereja e groselha, balsâmico e notas herbais. Na boca apresenta uma forte acidez, que predomina no paladar, é intenso, demonstra bastante frescor e médio corpo. É um vinho vibrante e picante na ponta da língua, com notas de pimenta do reino. Um vinho jovem que apresenta a proposta de frescor e descontração, mas  tem mais predicados do que a  grande maioria que produz vinhos com esta proposta. Realmente tudo o que já provamos desta vinícola agradou muito e mesmo sendo este o seu vinho mais simples, mostra muitos méritos.

  Avaliação:

  CL 88


  

Doña Dominga Reserva Carmenere, 2014, Vale do Colchagua, Chile

  Quem produz este rótulo é a prestigiada vinícola familiar Casa Silva, a qual foi fundada em 1997 pela família Silva, cujas raízes estão ligadas ao Vale do Colchagua há várias gerações, dedicando-se à produção de vinhos. A empresa busca ser uma das protagonistas no Chile na produção de vinhos de qualidade. 

  A linha Doña Dominga foi lançada em 1999 com o intuito de oferecer uma ótima relação custo-benefício, com vinhos bem acessíveis, que tragam fruta fresca, taninos suaves e agradável final, valorizando a sua terra, as pessoas e as tradições locais.

  Este rótulo estagiou 45% do vinho por 6 meses em carvalho francês e o restante do volume em tanques de aço inoxidável.

  Degustado em 14/09/2016.

  Os aromas deste vinho agradam, sendo os típicos do carmenere, destacando pimentões e frutas vermelhas, embora sem muita força. Na boca é agradável, de sabor intenso, bem equilibrado, taninos suaves, curto, levemente picante. É um vinho muito saboroso e prazeroso, que deve agradar a uma gama muito grande de interessados, é daquele tipo de vinho que todos acham muito gostoso, apesar dos aspectos técnicos não revelarem uma nota tão elevada, é excelente pedida.

  Avaliação:

  CL 88




 Ramirana Gran Reserva Cabernet Sauvignon, 2011, Vale do Maipo, Chile

  A vinícola Ventisquero, fundada em 1998, é uma das que mais cresce no Chile, com vinhos de muito boa qualidade. Em 2012 foi certificada como vinícola sustentável em 100% de seus vinhos.

  Esta linha " Ramirana" é inspirada na alma do cavalo criollo chileno e sempre apresenta rótulos muito competentes que ficam por conta do enólogo Alejandro Galáz.

  Este vinho estagiou 12 meses em carvalho francês, sendo 12% novos e o restante em barris de segundo e terceiro uso.

  Degustado em 14/09/2016.

  Os aromas são excelentes, aveludados, com destaque para as frutas negras como mirtilo e cassis, notas de chocolate, herbais e de pimentão. O sabor é intenso, taninos discretos e macios, bom equilíbrio, encorpado, concentrado, boa persistência. Curiosamente é um vinho que eu não recomendaria decantar, pois parte de seus sabores se destacaram de maneira mais intensa na primeira meia hora, após ser aberto, e com o tempo tendeu a acentuar mais a acidez e perder um pouco a maciez, mas sem comprometer a qualidade geral e o prazer da degustação, pois é um vinho muito bom e muito bem produzido, que vale a pena ser provado e isto é apenas um pequeno detalhe relativo à sua evolução, que até mesmo pode nem ser considerado um ponto negativo por alguns apreciadores.

  Avaliação:

  CL 90




Benmarco Malbec 2013, Lujan de Cuyo, Mendoza, Argentina  

  A enóloga Susana Balbo é uma das mulheres mais respeitadas no mundo do vinho. Com mais de 30 anos de experiência foi a primeira argentina reconhecida na função e se estabeleceu como referência no setor. Em 1999 fundou a Susana Balbo Wines, em Lujan de Cuyo, Mendoza, e iniciou seu negócio próprio, que acabou por tornar-se uma das melhores vinícolas argentinas. Hoje, além de Susana, que é a presidente da empresa, seu filho José, também enólogo e sua filha Ana, administradora, também compõem o quadro da vinícola.

  A linha Benmarco tem a proposta de explorar novos locais de cultivo, em altitudes mais elevadas,  destacando as qualidades do terroix e da uva, sob os cuidados do viticultor Edgardo del Pópolo.

  As uvas foram produzidas em Vista Flores, no Vale do Uco, em Mendoza a 1100 metros de altitude e o vinho estagiou por 11 meses em carvalho francês de segundo uso.

  Degustado em 14/09/2016.

  O vinho destaca muito as qualidades de um ótimo malbec. Aroma a frutas negras, como mirtilo, amora e notas de violeta, porém de pouca intensidade. O sabor é excelente, picante, intenso, encorpado, aveludado, noturno, muito equilibrado, taninos macios e leve amargor herbal. Um vinho que agrada ao fã da uva e o cativa. Se tivesse mais força aromática ganharia pelo menos mais 2 pontos, mas na boca é excepcional.

  Avaliação:

  CL 91

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Degustação do Tolosa, 2012; San Julián Pinot Noir, 2014; Montecastro y Llanahermosa 2004 e Don Reca 2013

  

No dia 18/08/2016 realizamos nosso encontro mensal da Confraria do Leo, no Restaurante Caruaru, regado a bons vinhos e excelente companhia. Seguem os vinhos degustados:


Tolosa, 2012 Pinot Noir, Edna Valley, Califórnia, EUA

  O Edna Valley fica próximo à cidade de San Luis Obispo de Tolosa na Califórnia e é considerado muito interessante para a produção de vinhos, sendo um dos primeiros locais de crescimento do produto naquele Estado. Os vinhedos se encontram bem próximos ao Oceano Pacífico, cerca de 8 Km, e tem o clima comparado ao da Borgonha na França.

  A Vinícola Tolosa foi fundada em 1998 por Robin Bagget, que até hoje toca o empreendimento com sua esposa, e o sócio Bob Schiebelhut.

  Os aromas não são muito intensos, mas são agradáveis, com destaque para as frutas vermelhas, especialmente morangos muito maduros e café. Na boca demonstra pouco corpo, bom equilíbrio, taninos sutis, leve amargor amadeirado, média persistência. É um bom pinot noir, mas possui muitas limitações.

  CL 88
 


San Julián Pinot Noir Maycas del Limari, 2014, Vale do Limari, Chile

  A Vinícola Maycas del Limari nasceu em 2005 e o projeto tem a consultoria da Vinícola Concha y Toro. Ela se propõe a fazer vinhos de qualidade no Vale do Limari e se especializou nas uvas clássicas da Borgonha, a pinot noir e a chardonay. Os enólogos Marcelo Papa e Javier Villarroel, têm a experiência na produção de alguns dos famosos rótulos da Concha y Toro e são os responsáveis pelos rótulos produzidos pela Maycas del Limari.

  O San Julián faz parte da linha principal da Vinícola, tendo estagiado 14 meses em barris de carvalho francês.

  No nariz assim que se abre a garrafa, aparecem as notas terrosas de champignon típica dos pinot noires chilenos, depois vai evoluindo e estas notas tendem a desaparecer, dando passagem às frutas maduras vermelhas e negras, principalmente framboesas e geléia de amoras, com o tempo também surgem aromas sutis de chocolate. Em resumo, seus aromas são excepcionais. Na boca destaca a acidez, com muito bom frescor, possui boa persistência, equilíbrio e estrutura. O final de boca é  um pouco picante e surpreendente , revelando sabores herbais de hortelã e manjericão. Um excelente vinho chileno.

  CL 93


Montecastro y Llanahermosa 2004, Ribera del Duero, Espanha

  A Vinícola Montecastro foi fundada em 2002, quando um grupo de investidores se uniu ao enólogo francês Bertrand Erhard para iniciar o projeto. Localizada na Província de Valladolid, na Denominação de Origem  Controlada - DOC Ribera del Duero, região conhecida por ser onde se produzem os melhores tempranillos espanhóis.

  O vinho possui mais de 90% de tempranillo e pequenas frações de cabernet sauvignon, merlot e garnacha. estagiou cerca de 18 meses em carvalho francês, sendo 60% novos e 40% com 2 anos de uso.

  Pela foto do rótulo pode-se perceber sua idade avançada. Foi produzido em 2004, estando agora com 12 anos de produção. Foi muita espera. O vinho está em uma clara curva descendente, passou um pouco do ponto, já apresentando certa oxidação. No entanto isto não quer dizer que estivesse ruim e demonstrou muitas qualidade. Aromas um pouco velhos de figos secos, aniz, cassis, mirtilos e grão de bico cozido. Na boca se sente a acidez em destaque, taninos muito macios, sabores de azeitonas negras e muito boa estrutura. Apesar da idade, agradou e demonstrou ser ótimo vinho, mas se tivesse sido aberto há uns quatro anos atrás, creio que estaria em seu auge e o prazer da degustação seria maximizado.

  CL 91



Don Reca 2013, Vale do Cachapoal, Chile

 A Vinícola La Rosa, que nos traz o Dom Reca, é uma das mais antigas e tradicionais do Chile, produzindo vinhos desde 1824, sob o comando da família Ossa. Desde 1987, Ismael Ossa Errázuriz, comanda sua produção, sendo o representante da sexta geração da família.

  O vinho produzido com cabernet sauvignon 38%, carmenere 28%, merlot 15%, shiraz 12% e cabernet franc 7% é prazeroso. Aroma de ótima intensidade de pimentões vermelhos, violetas e frutas negras, surgem também notas herbais de muito frescor. Na boca tem acidez destacada, bom equilíbrio, estruturado, é intenso, taninos muito redondos, muito sabor. Um ótimo vinho.

  CL 91